Legalização da Maconha

Pra você que está em dúvida entre liberar tudo e proibir tudo.

Coisas que eu tenho medo - Bicicleta

Eu e o meu medo de bicicleta.

As coisas mais estúpidas do Facebook - Parte 4

E muito mais. Na verdade não tem muito mais, é só isso mesmo.

Minha vida é uma sitcom # 2

Minha vida é isso aí.

As melhores frases de Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector

E outros autores da internet

domingo, 22 de abril de 2012

Minha vida é uma sitcom #2

Hoje eu acordei com uma ideia. Quando eu era pequeno, na escola, eu sempre fazia uma brincadeira legal com os meus colegas. A gente chamava alguém e dizia "Pergunta para o Ricardo como a irmã dele anda de bicicleta". A irmã do Ricardo tinha perdido as duas pernas num acidente de carro. A minha ideia era fazer isso de novo. Na faculdade.

Eu não tinha um amigo que tivesse uma irmã paraplégica, então resolvi fingir que eu tinha. Cheguei para o Diego e falei "Pede para a Jéssica me perguntar como a minha irmã anda de bicicleta, que eu te dou um chocolate". O Diego aceitou a proposta. Ele é autista, e adora Sonho de Valsa.

Enquanto o Diego ia em direção à Jéssica, eu fiquei pensando numa forma de fazer a brincadeira de uma forma engraçada. Eu mal falava com a Jéssica. Tinha que me enturmar mais. E talvez se eu conseguisse arrancar umas risadas, as pessoas iriam começar a gostar mais de mim.

A Jéssica veio até mim e perguntou "João, como a sua irmã come chocolate ?"

"Ela é paraplégica"

"Tá, e o que isso tem a ver com a forma que ela come chocolate?"

"Hã?" - eu tava tão ansioso para fazer a brincadeira que não prestei atenção na pergunta.

"É, o Daniel disse que se eu te perguntasse isso, você dava uma bicicleta pra ele. Aí eu acreditei que fosse sério, porque você não se aproveitaria de um autista. Mas, enfim, como ela come chocolate e
por que você quis que eu te perguntasse isso? Aliás, o que tem a ver isso tudo com o fato dela ser paraplégica?"

"Não, você entendeu errado..." - eu expliquei o por que ela tinha entendido errado

"E você acha isso engraçado? Enganar um autista pra fazer uma piada de paraplégico?"

"Não, é que..." - eu expliquei que eu não achava engraçado, e que era só para me aproximar da turma.

"E você achou que a melhor maneira de se aproximar da turma era fazendo piada sobre deficientes?"

Eu continuei tentando me explicar, até perceber que não ia dar.

Fui comprar o Sonho de Valsa para o Diego. Ele pelo menos tentou. A culpa foi do médico, que deixou ele beber água no parto. Ou será que os pais dele eram primos? Ele confundiu as palavras, não foi culpa dele, disso eu estava certo.

"Aqui, Diego, o chocolate que eu tinha te prometido"

"Cadê a minha bicicleta?"

sábado, 7 de abril de 2012

Coisas que tenho medo #1

Assim como todas as pessoas sem personalidade e vontade de viver, eu tenho medo. Não das coisas normais, que as pessoas geralmente tem medo, como "O Exorcista". Eu tenho medo de umas paradas bizarras, sacoé? Então eu vou falar um pouco disso pra vocês.

Medo de andar de bicicleta


Quando eu tinha 7 anos, que é a idade onde, geralmente, as pessoas aprendem a andar de bicicleta, eu tinha muito medo de cair. MUITO. Não porque eu poderia me ralar no asfalto, ou qualquer coisa do tipo. Eu tinha medo porque, na minha mente, quando eu caísse no chão, a corrente da bicicleta iria se se enrolar em alguma parte do meu corpo, e aquela parada pontuda (por onde passa a corrente) iria cortar a minha garganta. Eu sei que isso é fisicamente impossível, mas com 7 anos eu acreditava em Jesus Cristo e no meu pai, quando ele dizia que não tava bêbado.

Enfim. Esse medo me perseguiu até mais ou menos os 14 anos, quando eu perdi o medo de cair, e parei de acreditar no meu pai também (PORQUE SENÃO EU TAVA FODIDO, MALUCO). O problema é que a partir daí eu fiquei com medo de outra coisa.

Para andar de bicicleta, primeiro cê tinha que andar com "rodinhas auxiliares". Para uma criança de 7 anos, andar com "rodinhas auxiliares" significa que você é medroso. Para um adolescente de 14 anos, significa que você é otário.

Eu parei de ter medo de cair e ter a garganta cortada, para ter medo de ser zoado. Se você pensar bem, isso significa basicamente que eu me tornei mais uma pessoa mais influenciável com o passar do tempo. Ou seja, eu piorei. Imagina quando eu fizer 21... e meu pai fizer 50.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Minha vida é uma sitcom #1



Eu vou relatar os fatos como a minha mente entendeu


Eu estava andando pelas ruas do Rio de Janeiro quando um homem caucasiano de estatura média, cabelo crespo e sorriso na cara me abordou. Ele fazia gestos com a mão, e basicamente estava querendo dizer que era para eu assinar um papel.

Eu peguei esse papel, e o que passava na minha mente era "Por que esse cara simplesmente não falou pra mim o que está escrito aqui? Ele quer que eu realmente leia?". Dei uma passada rápida com o olho, e entendi que o homem sorridente queria uma doação minha porque aparentemente ele havia sofrido um acidente de carro.

Pensei: "Ninguém mandou dirigir bêbado. Aliás, se ele sofreu um acidente de carro, por que não está de cadeira de rodas, sei lá? Ele não aparenta ter sofrido nenhum acidente. O cara tá querendo me passar a perna, e ele ainda quer que eu LEIA a parada? Por que ele simplesmente não me pede?"

- Obrigado, amigo, mas eu to sem dinheiro no momento.


Ele continuou apontando o papel, e agora tinha puxado uma caneta do bolso e tentava entrega-la a mim.

- O-BRI-GA-DO AMIGO. EU TO SEM DINHEIRO NO MOMENTO! - eu tava começando a ficar irritado.

O maluco começou a apontar para o ouvido e para a boca. PORRA, ele tava todo errado e ainda tava mandando eu parar de gritar?

- QUAL FOI, VIADO? EU JÁ FALEI QUE EU TO SEM DINHEIRO, NÃO FODE. - eu já tava puto. Dei um empurrão no cara, e sai com uma cara de BOLADO. Todo mundo que estava perto começou a me encarar. "É assim que as pessoas reagem a esse tipo de situação. No Brasil ninguém tá preparado pra ver um homem AGIR", pensei.

Umas duas quadras depois eu percebi que ainda estava com o papel que o rapaz me deu. Estava sem nada para fazer, e resolvi dar uma lida.

"Meu nome é Alexandre Castro Lima, e eu sofri um acidente de carro no fim do ano passado. Infelizmente, por causa desse acidente, sou surdo e mudo. Estou aqui para pedir a sua colaboração, pois não tenho mais o meu emprego e minha mulher me largou para se casar com um anão, que ouve e fala. Qualquer quantia é bem-vinda. Obrigado"