quinta-feira, 5 de abril de 2012

Minha vida é uma sitcom #1



Eu vou relatar os fatos como a minha mente entendeu


Eu estava andando pelas ruas do Rio de Janeiro quando um homem caucasiano de estatura média, cabelo crespo e sorriso na cara me abordou. Ele fazia gestos com a mão, e basicamente estava querendo dizer que era para eu assinar um papel.

Eu peguei esse papel, e o que passava na minha mente era "Por que esse cara simplesmente não falou pra mim o que está escrito aqui? Ele quer que eu realmente leia?". Dei uma passada rápida com o olho, e entendi que o homem sorridente queria uma doação minha porque aparentemente ele havia sofrido um acidente de carro.

Pensei: "Ninguém mandou dirigir bêbado. Aliás, se ele sofreu um acidente de carro, por que não está de cadeira de rodas, sei lá? Ele não aparenta ter sofrido nenhum acidente. O cara tá querendo me passar a perna, e ele ainda quer que eu LEIA a parada? Por que ele simplesmente não me pede?"

- Obrigado, amigo, mas eu to sem dinheiro no momento.


Ele continuou apontando o papel, e agora tinha puxado uma caneta do bolso e tentava entrega-la a mim.

- O-BRI-GA-DO AMIGO. EU TO SEM DINHEIRO NO MOMENTO! - eu tava começando a ficar irritado.

O maluco começou a apontar para o ouvido e para a boca. PORRA, ele tava todo errado e ainda tava mandando eu parar de gritar?

- QUAL FOI, VIADO? EU JÁ FALEI QUE EU TO SEM DINHEIRO, NÃO FODE. - eu já tava puto. Dei um empurrão no cara, e sai com uma cara de BOLADO. Todo mundo que estava perto começou a me encarar. "É assim que as pessoas reagem a esse tipo de situação. No Brasil ninguém tá preparado pra ver um homem AGIR", pensei.

Umas duas quadras depois eu percebi que ainda estava com o papel que o rapaz me deu. Estava sem nada para fazer, e resolvi dar uma lida.

"Meu nome é Alexandre Castro Lima, e eu sofri um acidente de carro no fim do ano passado. Infelizmente, por causa desse acidente, sou surdo e mudo. Estou aqui para pedir a sua colaboração, pois não tenho mais o meu emprego e minha mulher me largou para se casar com um anão, que ouve e fala. Qualquer quantia é bem-vinda. Obrigado"

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